Na trilha da Tropa

Já é de conhecimento do Brasil o conteúdo do filme“ Tropa de Elite “,as cenas estão marcadas por uma trilha sonora vasta,mas, o funk carioca é o foco neste texto.
Desde a década de 90 o funk esta exposto na sociedade, os rappers mais expressivos são MC Galo, MC Mascote, MC Catra, Cidinho e Doca e Duda do Borel, entre outros.

Todo funk proibidão tem o propósito de expressar os acontecimentos ocorridos nas comunidades onde o tráfico de drogas é predominante, relatam a violência, fazem apologia as drogas e possuem códigos nas músicas. Entender o tráfico é complicado,pois dentro dele existe códigos,valores e regras. O funk já ocupou um lugar na sociedade,mas o contexto dele é muito diverso, ele é resultado da influência do Miami Bass,vindo dos EUA e transformado no que é hoje por interesses lucrativos.

No início as músicas possuiam um conteúdo que falavam das mazelas sociais vividas pelas comunidades e usavam recursos sempre iguais em todas as canções como” vamulá vamulá” ou “ quero ouvir quero ouvir”,recursos os quais o receptor sempre se apegava, nos espaços vazios o uso de “ laía laía”, ou “ lalaô lalaô” serviam para preencher as lacunas da música,este funk era tocado nas rádios do país na época em que ainda era chamado de rap.

Muitos rappers criavam os “ mêlos”,como o Mêlo de Acarí, e nestes contavam toda uma história,aproximando o funk do rap de outras periferias.Mas,ao passar do tempo percebeu-se que este funk não lucrava tanto, e começaram a criar canções eróticas que vendiam e se propagavam com mais facilidade. Tudo isso devido ao alto apelo especulativo de lucro, as músicas sempre machistas tratam a mulher como objeto,coisa,não muito diferente dos comerciais de cerveja e outros afins.

O funk é característica de uma sociedade dentro de uma outra, que busca em suas batidas a alegria e a possibilidade de cantar o que se sente,o que se vê e o que representa a vida naquele contexto, a trilha do filme esta em perfeita harmonia com o propósito do mesmo,mas temos que passar a enxergar além de nossos preconceitos, para, enfim, evoluirmos em uma sociedade justa, com paz, justiça e liberdade cantada em inúmeros funks.